quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Preocupações

A proposta inicial era realizar o Caminho no primeiro semestre de 2014. Mas, conversando com minha esposa, achei melhor marcar para o segundo semestre. Um ano parece muito tempo de espera para uma viagem. Mas, quando a gente começa a ler relatos daqueles que já percorreram o Caminho, bate uma insegurança se o tempo será suficiente para tudo que é necessário. Num primeiro momento são duas as preocupações: preparo físico e dinheiro.

O primeiro começa a desaparecer quando lemos relatos. Parece ser unânime a opinião de que não é necessário ser um atleta para percorrer o caminho. Algum problema pode surgir para pessoas sedentárias. Ainda que eu não estivesse mantendo uma atividade física regular, nunca tive dificuldades em realizá-las e tenho prazer em caminhar. Em situações normais, uma caminhada de uma hora não me incomoda em absolutamente nada. Em viagens, passo o dia inteiro caminhando sem grande cansaço no fim do dia (só os pés reclamam).

O dinheiro pode até não ser um grande problema para os peregrinos europeus, já que os caminhantes conseguem hospedagem  em albergue e alimentação a preços módicos, mas para quem vive no continente americano, como eu, é preciso chegar ao Velho Mundo. Num primeiro calculo que fiz, bem rasteiro, só as passagens de ida e volta para Portugal vão consumir de 60% a 70% do orçamento. Isso porque existe voo direto Brasília-Lisboa pela TAP.

Mas logo chegam outras preocupações. Não vou simplesmente passar o dia andando. Vou passar o dia andando com uma mochila nas costas. O piso será irregular, com aclives e declives, sob sol e chuva, muito diferente do que terei condições de fazer em Brasília e trabalhando. Tenho que pensar no peso da mochila, o que levar e, principalmente o que NÃO levar. Ainda tem a língua, mesmo que o Português lusitano, o Galego e o Espanhol não pareçam um grande problema. Aí vem o pensamento no lugar desconhecido, nos trechos desabitados que iremos atravessar, na necessidade de adquirir um guia da região (que será difícil achar em livrarias no Brasil), na distância da família, no risco de contusão, alimentação, hidratação, clima...

Deve ser só a ansiedade diante da novidade. Deve diminuir ao longo do ano, das leituras e a medida em que for planejando alguns passos.

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