A história do Caminho de Santiago começa com um mito. Entenda-se mito como uma narração real ou lenda com a qual se explica um conteúdo. Não importa a verdade, mas a ideia, seu sentido. Esse mito é o da pregação de Tiago Maior, apóstolo de Jesus Cristo, na Península Ibérica.
A Bíblia fala de Tiago, filhe de Zebedeu, como um dos apóstolos mais fervorosos de Jesus. Depois da ressurreição de Cristo, Tiago só é citado novamente no seu martírio. Entre esses dois fatos, teria ocorrido uma viagem de Tiago à Península Ibérica para pregar o cristianismo. Tiago teria passado por muitas cidades que fazem parte do que hoje são Espanha e Portugal. Mas sua pregação não teria surtido o efeito esperado. No seu retorno a Jerusalém, o rei Herodes Agripa o teria decapitado e esquartejado.
Seus discípulos teriam recolhido as partes de seu corpo para realizar um desejo seu: ser sepultado na Galícia (noroeste da atual Espanha). Em uma viagem fantástica, eles teriam chegado à Península Ibérica e depositado seus restos mortais em um mausoléu no monte Libredón que, após sucessivos reinados, se perdera. Apenas no século IX ele é reencontrado, fato esse narrado em outra história mítica.
Em 814, em eremita chamado Pelaio viu sinais no céu. Estrelas que caiam sobre um mesmo lugar. Pelaio teria contado o fato ao bispo de Teodomiro, de Iria Flavia (hoje Padron) que foi até o local e lá presenciou o mesmo fenômeno. O eremita e o bispo seguiram até o local onde viam cair as estrelas. Lá, encontraram um sepulcro que julgaram ser de São Tiago.
No ano seguinte, o rei das Astúrias, Afonso II, o Casto, mandou erguer uma capela no local que passou a ser conhecido como Compostela (do latim, campus estellae, ou "campo de estrelas"), em alusão ao fenômeno descrito pelo eremita Pelaio. Alí ele ordenara que fosse construída uma igreja que havia de se tornar centro de peregrinação. A partir de então, a notícia espalhou-se na Península Ibérica, começando pela Galícia e Astúrias, e por toda a Europa e o número de peregrinos foi aumentando.
Politicamente, a peregrinação também tinha importância. Monarcas cristãos viam na peregrinação uma maneira a mais de defender seus domínios das invasões árabes. Ao mesmo tempo, a diocese de Iria Flavia ganhava importância e poder em virtude de sua visibilidade e das doações dos monarcas. A medida que os muçulmanos eram afastados as rotas começaram a consolidar-se.
No fim do século X o Caminho Francês (dos Pirineus à Santiago) começa a estabelecer-se aproveitando uma antiga estrada romana. No século XII o Papa Calisto II estabelece os Anos Santos Compostelanos o que impulsiona a peregrinação. Segundo estabelecido pela disposição papal nos anos em que o dia dedicado ao apóstolo Santiago Maior (25 de maio) coincide com o domingo, o fiel que peregrinar a Santigo de Compostela recebe indulgência especial, ou seja perdão dos pecados. O último Ano Santo Compostelano ou Jacobeu aconteceu em 2010 e o próximo acontecerá em 2021.
Em meados do século XII, o Codex Calixtinus (publicação que reúne textos acerca da história do Caminho de Santiago) descrevia quatro rotas vindas da França que se reuniam em uma mesma rota nos Pirineus. Em Ponte de Reina essa rota reunia-se com outras. Monarcas facilitavam a peregrinação com a construção de pontes e hospitais ao longo das rotas.
No século XIV, a peregrinação entra em declínio em função do cenário conturbado que se instalou nos anos seguintes em toda a Europa. O Grande Cisma do Ocidente, a reconquista da Península Ibérica pelos cristãos, guerras, fome, pestes fizeram com que progressivamente o Caminho de Santiago fosse caindo no esquecimento.
Na década de 1980, a peregrinação volta a ganhar popularidade. Em 1982, o Papa João Paulo II torna-se o primeiro Papa a visitar Santiago de Compostela reascendendo o interesse pelo Caminho. Quatro anos depois, o escritor Paulo Coelho faz o Caminho e baseado em sua experiência escreve "O Diário de um Mago". Em 1985/86 foram registrado no Escritório de Acolhida dos Peregrinos da Catedral de Santiago de Compostela apenas 2.491 pessoas. A partir de então, progressivamente o número de peregrinos foi aumentando, em especial nos Anos Santos. Ao ponto de, em 1993, Ano Santo Jacobeu, a Junta da Galícia realizar uma campanha de promoção da cidade de Santiago de Compostela e o número de peregrinos saltar a cerca de 100 mil (cerca de 10 vezes mais que nos anos anteriores). Com o passar do tempo melhora a sinalização ao longo das rotas, principalmente no Caminho Francês, o mais popular. Também aumenta o número de albergues.
Mas o perfil dos caminhantes muda. Hoje a peregrinação acontece não só por motivos religiosos, mas também por motivação cultural, esportiva e por turismo. Mesmo quando por motivação religiosa, não são só Católicos que percorrem as diversas rotas até a Catedral de Santiago de Compostela. Em 2013, a Catedral de Santiago de Compostela recebeu mais de 215 mil peregrinos. Pouco menos da metade eram espanhóis. Entre os estrangeiros destacam-se os alemães, italianos, portugueses e norteamericanos. Mais de 70% dos peregrinos percorrem o Caminho Francês. O Caminho português é o segundo mais percorrido (13,7%). No ano passado, 399 pessoas saíram de Braga, assim como pretendo fazer.
sábado, 22 de fevereiro de 2014
sábado, 1 de fevereiro de 2014
São Tiago
Tiago, também conhecido como Tiago Maior, ou Tiago - filho de Zebedeu, é citado na Bíblia como um apóstolo de Jesus. Pelo que a Bíblia relata, Tiago e seu irmão João (o evangelista) eram pescadores. Foram encontrados por Jesus em um barco, no mar da Galiléia, consertando redes. Jesus os chamou para serem seus discípulos e eles aceitaram tão logo presenciaram um milagre realizado na sua frente (Jesus fala para que joguem as redes ao mar e elas voltam repletas de peixes). Tiago é considerado santo pelas igrejas cristãs Anglicana, Católica Romana, Luterana e Ortodoxa, ainda que existam diferenças teóricas no conceito de santidade aceitos por essas igrejas. O nome Santiago é uma derivação hispânica desse título, ou seja, vem de San Tiago (São Tiago).
Os evangelhos contam que Tiago era filho de Zebedeu (Mt 4,21) e Salomé (Mc 15,40 e Mt 27,55-56). É possível deduzir a partir de Jo 19,25 comparado com Mc 15,40 e Mt 27,55-56 que Salomé seria irmã ou prima de Maria, mãe de Jesus. Isso faz de Tiago primos de Jesus. Em virtude do ímpeto explosivo seu e de seu irmão, Tiago e João são apelidados por Jesus de "Filhos do Trovão" (Mc 3,17 e Lc 9,51-56).
Entre os fatos que a Bíblia conta sobre Tiago, fica a impressão que ele fazia parte de um círculo muito próximo de Jesus. Esteve presente em momentos chave da vida de Cristo, normalmente acompanhado de seu irmão João e de Simão Pedro. São esses momentos a Ressurreição da filha de Jairo (Mc 5,37), a Transfiguração no Monte Tabor (Mt 17,1-8, Mc 9,2-8 e Lc 9,28-36) e a agonia no Jardim das Oliveiras (Mt 26,36-46 e Mc 14,32-42).
Também chama a atenção a narrativa do momento em que Tiago e João se indispõem com os demais apóstolos. Salomé, mãe dos dois apóstolos, sugere a Jesus que seus filhos fiquem a direita e à esquerda do mestre na sua glória. Em resposta Jesus sugere que eles não sabem o que pedem e que iriam "beber o mesmo cálice" que Ele iria beber (Mt 20,20-23 e Mc 10,35-40), o que seria uma alusão à perseguição que sofreriam por parte das autoridades da época e que resultou, entre outros fatos, no martírio de Tiago. Aliás, esse é o único apóstolo cujo martírio é citado na Bíblia (At 12,1-2). Tiago foi o primeiro dos apóstolos a ser martirizado sob as ordens do rei Herodes Agripa I. Acredita-se que o fato correu no ano 44 da Era Cristã.
Após a passagem do livro dos Atos dos Apóstolos, a Bíblia não volta a falar em Tiago, filho de Zebedeu (a Epístola de Tiago não é atribuída a esse apóstolo, mas a Tiago, filho de Alfeu, ou a um autor do fim do séc I ou início do séc. II). O que se conta da vida de Tiago Maior entre o Pentecostes e seu martírio é controverso.
Conta-se que, após Pentecostes, Tiago, seguindo o mandado de Cristo "ide por todo mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura" (Mc 16,15), teria partido para a Península Ibérica e feito sua pregação na região. As fontes desse fato são tardias e controversas. Até o início do séc. VI não havia em toda a literatura eclesiástica nenhuma referência a uma passagem de Tiago pela atual Espanha. Apenas no fim do séc. VI, a versão latina do Breviarium dos Apostolorum cita que "Tiago, filho de Zebedeu,... pregou na Espanha e terras ocidentais". Também o Beato Liébana, em um poema chamado Apocalipse, de 785, narra a evangelização realizada por Tiago na Península Ibérica. Em virtude dessa pregação, que teria sido mal sucedida, Tiago teria manifestado vontade de ter seu corpo sepultado na região ibérica.
Tal fato justificaria que após o martírio, seus discípulos teriam recolhido as parte de seu corpo (retalhado por ordens de Herodes para evitar que seguidores prestassem algum tipo de culto). Os restos mortais teriam sido levados à região da Galícia (onde fica Santiago de Compostela). Ainda que toda a tradição em torno da peregrinação a Santiago de Compostela se dê pelo suposto túmulo de São Tiago encontrado pelo eremita Pelaio, alguns estudiosos, mesmo dentro da Igreja Católica, defendem que esses fatos não passam de lendas.
Enzo Lodi, ao resumir a história de São Tiago em Os Santos do Calendário Romano (I santi del calendario romano, Edizioni San Paolo, 1992) afirma que "as fontes tardias, depois do século VII (em Isidoro de Sevilha), acerca de uma pretensa evangelização na Espanha, não foram confirmadas pela descoberta de suas relíuias no século IX (830), pelo bispo Teodomiro da iria, num sepulcro dos tempos romanos (na Galícia); tanto mais que Vanâncio Fortunato, no século VI, atesta que seu corpo se encontrava em Jerusalém".
Lenda ou verdade, é a narração dos acontecimentos que se derão entre a ressurreição de Jesus e o suposto sepultamento do apóstolo Tiago Maior que tem movido, desde o século IX, centenas de milhares de fiéis à viajarem a Santiago de Compostela. Também moveu reis e imperadores à disputarem a região moldando a história da Península Ibérica e da Espanha em particular.
PS: Este não texto é um trabalho de investigação histórica, tão pouco tenta comprovar alguma verdade que eu acredite. Trata-se apenas de um resumo de diversas narrativas, muitas vezes contraditórias, encontradas em diversas fontes impressas e na internet. O único trabalho que tive foi de confrontar minimamente as fontes para tentar construir uma unidade no texto e despertar a curiosidade dos leitores. Se alcancei esse objetivo, já estou satisfeito.
Os evangelhos contam que Tiago era filho de Zebedeu (Mt 4,21) e Salomé (Mc 15,40 e Mt 27,55-56). É possível deduzir a partir de Jo 19,25 comparado com Mc 15,40 e Mt 27,55-56 que Salomé seria irmã ou prima de Maria, mãe de Jesus. Isso faz de Tiago primos de Jesus. Em virtude do ímpeto explosivo seu e de seu irmão, Tiago e João são apelidados por Jesus de "Filhos do Trovão" (Mc 3,17 e Lc 9,51-56).
Entre os fatos que a Bíblia conta sobre Tiago, fica a impressão que ele fazia parte de um círculo muito próximo de Jesus. Esteve presente em momentos chave da vida de Cristo, normalmente acompanhado de seu irmão João e de Simão Pedro. São esses momentos a Ressurreição da filha de Jairo (Mc 5,37), a Transfiguração no Monte Tabor (Mt 17,1-8, Mc 9,2-8 e Lc 9,28-36) e a agonia no Jardim das Oliveiras (Mt 26,36-46 e Mc 14,32-42).
Também chama a atenção a narrativa do momento em que Tiago e João se indispõem com os demais apóstolos. Salomé, mãe dos dois apóstolos, sugere a Jesus que seus filhos fiquem a direita e à esquerda do mestre na sua glória. Em resposta Jesus sugere que eles não sabem o que pedem e que iriam "beber o mesmo cálice" que Ele iria beber (Mt 20,20-23 e Mc 10,35-40), o que seria uma alusão à perseguição que sofreriam por parte das autoridades da época e que resultou, entre outros fatos, no martírio de Tiago. Aliás, esse é o único apóstolo cujo martírio é citado na Bíblia (At 12,1-2). Tiago foi o primeiro dos apóstolos a ser martirizado sob as ordens do rei Herodes Agripa I. Acredita-se que o fato correu no ano 44 da Era Cristã.
Após a passagem do livro dos Atos dos Apóstolos, a Bíblia não volta a falar em Tiago, filho de Zebedeu (a Epístola de Tiago não é atribuída a esse apóstolo, mas a Tiago, filho de Alfeu, ou a um autor do fim do séc I ou início do séc. II). O que se conta da vida de Tiago Maior entre o Pentecostes e seu martírio é controverso.
Conta-se que, após Pentecostes, Tiago, seguindo o mandado de Cristo "ide por todo mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura" (Mc 16,15), teria partido para a Península Ibérica e feito sua pregação na região. As fontes desse fato são tardias e controversas. Até o início do séc. VI não havia em toda a literatura eclesiástica nenhuma referência a uma passagem de Tiago pela atual Espanha. Apenas no fim do séc. VI, a versão latina do Breviarium dos Apostolorum cita que "Tiago, filho de Zebedeu,... pregou na Espanha e terras ocidentais". Também o Beato Liébana, em um poema chamado Apocalipse, de 785, narra a evangelização realizada por Tiago na Península Ibérica. Em virtude dessa pregação, que teria sido mal sucedida, Tiago teria manifestado vontade de ter seu corpo sepultado na região ibérica.
Tal fato justificaria que após o martírio, seus discípulos teriam recolhido as parte de seu corpo (retalhado por ordens de Herodes para evitar que seguidores prestassem algum tipo de culto). Os restos mortais teriam sido levados à região da Galícia (onde fica Santiago de Compostela). Ainda que toda a tradição em torno da peregrinação a Santiago de Compostela se dê pelo suposto túmulo de São Tiago encontrado pelo eremita Pelaio, alguns estudiosos, mesmo dentro da Igreja Católica, defendem que esses fatos não passam de lendas.
Enzo Lodi, ao resumir a história de São Tiago em Os Santos do Calendário Romano (I santi del calendario romano, Edizioni San Paolo, 1992) afirma que "as fontes tardias, depois do século VII (em Isidoro de Sevilha), acerca de uma pretensa evangelização na Espanha, não foram confirmadas pela descoberta de suas relíuias no século IX (830), pelo bispo Teodomiro da iria, num sepulcro dos tempos romanos (na Galícia); tanto mais que Vanâncio Fortunato, no século VI, atesta que seu corpo se encontrava em Jerusalém".
Lenda ou verdade, é a narração dos acontecimentos que se derão entre a ressurreição de Jesus e o suposto sepultamento do apóstolo Tiago Maior que tem movido, desde o século IX, centenas de milhares de fiéis à viajarem a Santiago de Compostela. Também moveu reis e imperadores à disputarem a região moldando a história da Península Ibérica e da Espanha em particular.
PS: Este não texto é um trabalho de investigação histórica, tão pouco tenta comprovar alguma verdade que eu acredite. Trata-se apenas de um resumo de diversas narrativas, muitas vezes contraditórias, encontradas em diversas fontes impressas e na internet. O único trabalho que tive foi de confrontar minimamente as fontes para tentar construir uma unidade no texto e despertar a curiosidade dos leitores. Se alcancei esse objetivo, já estou satisfeito.
sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
Chegou!
Depois de mais de dois meses de espera (normal por se tratar de um livro importado), chegou meu guia.
quinta-feira, 23 de janeiro de 2014
Aplicativos para tracking (Android)
Desde o início da minha preparação física para percorrer o Caminho deexibiçãoiago, tenho experimentado alguns aplicativos para medir as distâncias que percorro e ter uma referência do meu ritmo de caminhada. Além disso, esses aplicativos servem como uma "voz interior que vem de fora" e me incentivam afal andar mais um quilômetro, a acelerar o passo, e me desafia a fazer melhor no dia seguinte.
Ao longo dessas semanas, testei ao menos três aplicativos para Android que me trazem vantagens e desvantagens. O principal benefício que eles oferecem é informar a distância percorrida e a minha velocidade em intervalos regulares. Vou apresentar alguns que podem ser úteis para o treinamento e no momento de percorrer o caminho. Não conferi se existem versões para iOS.
O primeiro app que usei foi o MapMyRide. Comecei a utilizar antes mesmo de imaginar percorrer o Caminho de Santiago. No meio do ano passado, decidi (pela enésima vez) deixar o sedentarismo de lado e voltei a pedalar. Eu tinha o objetivo de participar de uma passeio ciclístico e queria saber como estava meu condicionamento físico e o ritmo das minhas pedaladas. Ele me atendeu muito bem. Ele registra tempo, pace (ritmo) percurso, variação de altitude, permite compartilhar o resultado. Algumas funcionalidades só estão disponíveis na versão paga (MapMyRide+). O estranho desse aplicativo é que ele passa as parciais em inglês por uma voz que lê em português. Também tem limitações de configuração e de compartilhamento. Ele compartilha os dados com redes sociais de forma relativamente simples, mas para acessar detalhes do treinamento você precisa fazer um cadastro no site deles. Eu pretendo disponibilizar o meu percurso para que familiares possam acompanhar meu trajeto no Caminho e o MapMyRide não facilita muito essa operação. Mas, para meus registros, ele funciona muito bem.
Pouco tempo depois, fui apresentado ao Sports Tracker. Ele faz basicamente as mesmas funções do MapMyRide, mas os gráficos são melhores e mais fáceis de entender. Uma vantagem é que os mapas são gravados com as parciais de velocidade, altitude e batimento cardíaco (se tiver um frequencímetro Bluetooth) a cada ponto do mapa. A desvantagem é que, durante o treino, ele fala as parciais (tempo do ultimo trecho, velocidade, distância total e tempo total) inglês (pode ser problema para quem não domina a língua). Mas ele permite que você solicite parciais no momento em que quiser, bastando apertar o botão "Volta". O compartilhamento tem varias opções incluindo redes sociais e possibilidade de abrir as informações para qualquer um por meio do site www.sportstracker.com . No mais, ele disponibiliza as mesmas informações do MapMyRide. Só não consigo publicar os dados do treino direto no blog. Também funciona off line, comma vantagem de manter os treinos gravados no aparelho, com uma cópia na nuvem.
Recentemente descobri um aplicativo do Google chamado Minhas Trilhas. Totalmente em português tem um layout tão simples que parece que não faz nada. Mas não deve nada aos outros. Possui muito mais opções de configurações que os demais, permitindo definir os intervalos (tempo ou distância) das parciais em áudio, importar e exportar os dados, sincronizar com o Google Drive e compartilhar os mapas para o Google Earth, o que possibilita compartilhar um link ou incluir o trajeto percorrido neste blog, por exemplo.
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Ao compartilhar o treino no blog ele envia um resumo como este:
"Achei que você pudesse se interessar por essa trilha: https://docs.google.com/file/d/0B1XJiyMpuYuTSGhHdVBpTGlxbGc/edit?usp=drivesdk Criado por Minhas trilhas do Google no Android. Nome: Parque da Cidade Tipo de atividade: caminhada Descrição: Caminhada no Parque da Cidade Sara Kubstcheck. Terreno sem grandes desníveis. Chuva fina no início e piso molhado em todo o percurso. Testando caminhada com de tracking. Distância total: 10,12 km (6,3 milhas) Tempo total: 1:37:41 Tempo de deslocamento: 1:37:20 Velocidade média: 6,21 km/h (3,9 milhas/h) Velocidade média de deslocamento: 6,24 km/h (3,9 milhas/h) Velocidade máx.: 6,59 km/h (4,1 milhas/h) Ritmo médio: 9:39 min/km (15:32 min/mi) Ritmo médio de deslocamento: 9:37 min/km (15:29 min/mi) Ritmo mais rápido: 9:06 min/km (14:39 min/mi) Elevação máx.: 1128 m (3702 pés) Elevação mín.: 1079 m (3538 pés) Ganho de elevação: 110 m (360 pés) Grau máx.: 8 % Grau mín.: -15 % Registro: 19/01/2014 17h28".
No meu caso, o Minhas Trilhas atende melhor as necessidades. Vou continuar testanto os aplicativos. Mas, devo reduzir o uso do MapMyRide e passarei a fazer um resumo semanal dos treinos, já que eles estão ocupando muito espaço neste blog.
Atualizacão em 13/2/2014: o Minhas Trilhas tem apresentado falhas na exibição do trajeto ppercorrido. O erro não é do GPS do aparelho , pois o Sports Tracker não apresenta a mesma falha quanto utilizado simusimultaneamente.
sexta-feira, 10 de janeiro de 2014
A (falta de) lógica do preço das passagens aéreas
É curioso o sistema de formação de preços das passagens áreas. Não é a primeira vez que vejo um trecho que passa por duas cidades sair mais barato que apenas uma. Aprendi cedo que, na Europa, em geral, uma passagem aérea só de ida custa praticamente o mesmo que uma de ida e volta. Mas, dessa vez, fiquei sem entender o que encontrei.
Preciso chegar à cidade do Porto (OPO) para, de lá, seguir para Braga de ônibus ou trem. Como não há voo direto Brasília-Porto, (BSB-OPO) preciso fazer uma conexão em Lisboa (LIS). Só a portuguesa TAP faz BSB-LIS direto. Então comecei a fazer várias simulações por essa companhia. Os valores são de 09/01/2014.
A passagem mais barata para o percurso BSB-LIS-BSB sai a R$ 2.889, 41. Já o trecho LIS-OPO-LIS custa R$ 303,14. Mas se eu deixar a TAP montar montar minha conexão e informar apenas BSB-OPO-BSB, o valor é R$ 2.969, 33, menor que a soma dos dois bilhetes.
Ainda que eu não acredite muito, alguém pode alegar que os custos operacionais do segundo caso são menores, o que não acredito, já que os voos são exatamente os mesmos. Só a forma de solicitação dos bilhetes é que muda. Mas encontrei situações mais curiosas.
Pretendo aproveitar a ida a Portugal para, após a caminhada, esticar até Roma (FCO). Partindo do raciocínio de que o bilhete de ida custa quase o mesmo que o bilhete de ida e volta, seria de se esperar que ficaria mais em conta comprar três bilhetes: BSB-LIS-BSB, LIS-OPO-LIS e OPO-FCO-OPO ou LIS-FCO-LIS. Nesse caso, a opção mais barata sairia a R$ 3.397, 44. Só que não me dei por vencido.
O site das cias aéreas oferecem a possibilidade de montar viagens com várias cidades. No caso da TAP essa opção chama-se Multiplas Cidades. Selecionei essa opção e pedi, entre outras simulações, os trechos BSB-OPO, OPO-FCO e FCO-BSB. E aí veio a surpresa: toda a viagem saiu a R $ 2.896,74. R$ 72,59 mais barato que o ir apenas ao Porto e apenas R$ 7, 33 mais caro que a ida e volta de Brasília a Lisboa, trecho que está incluído no bilhete.
Quem entende?
quinta-feira, 9 de janeiro de 2014
A viagem começa a se desenhar
Esta semana, a viagem para a realização da caminhada começou a se desenhar de forma mais concreta. Já temos uma época, um percurso, um esboço de orçamento e até uma possibilidade de esticar a permanência na Europa para visitar Roma.
Já era certo que iríamos para Portugal no segundo semestre deste ano. Dada uma experiência anterior escaldante no verão europeu e a inexperiência de caminhar num inverno rigoroso, já era certo também que o ideal seria ir no outono. Considerando feriados, aniversários e afins, fixamos a segunda quinzena de outubro como período da viagem.
Quanto ao percurso, estamos tendendo a seguir o mesmo realizado pelo autor do site caminotorres.com, mas partindo de Braga. As distâncias são razoáveis, o tempo de viagem é o ideal, e coincide, na sua maior parte, com o bem mapeado e sinalizado Caminho Português.
Por fim, sempre quis levar meu pai a Roma. E essa me parece a ocasião ideal. A época é boa, o custo deve ficar bem próximo de uma viagem unicamente para a cidade eterna e o preparo físico deve facilitar as caminhadas pelas ruas de Roma.
Até a próxima semana devo receber um livro com detalhes do Caminho Português. Então começarei a traçar cada parte do caminho em detalhes, com atrações, pontos de paradas e alternativas. Por enquanto, é pesquisar passagens e hospedagens.
quarta-feira, 1 de janeiro de 2014
Os Caminhos
O Caminho de Santiago não é um, mas vários. Eles têm várias origens, mas apenas um fim: a cidade de Santiago de Compostela, na Galícia, noroeste da Espanha. O mais famoso (pelo menos no Brasil) é o que parte dos Pirineus, no sudoeste da França. Mas, mesmo esse, pode ser feito por dois trajetos diferentes. Só na região da Galícia são identificados nove caminhos com origens diferentes. O certo é que, para ser considerada peregrinação, o caminhante deve fazer ao menos os últimos 100 km a pé ou a cavalo, ou 200 km de bicicleta.
Segundo a tradição, após o Pentecostes, São Tiago (o apóstolo Tiago Maior, irmão de João Evangelista) teria saído para pregar na Península Ibérica sem sucesso. No retorno a Jerusalém, teria sido martirizado. A crença popular é que discípulos de Tiago teriam levado seus restos mortais até a Galícia, onde teria sido sepultado.
A peregrinação à cidade de Santiago de Compostela tem origem no século IX quando um eremita teria redescoberto a urna onde estariam depositados os restos mortais de Tiago. Sobre o local onde foi encontrada a urna, foi erguida uma catedral dedicada à memória de São Tiago. É nessa catedral que termina o Caminho de Santiago (ainda que algumas pessoas sigam até a localidade chamada Finisterra, uma rota pagã de peregrinação até o lugar conhecido como o Fim da Terra, ponto mais ocidental do Velho Mundo).
Como os caminhos podem ser muito longos, é comum que os peregrinos europeus realizem o Caminho em várias etapas, fazendo, por exemplo, uma semana de caminhada por ano. A origem pode ser na própria Galícia ou no Oriente Médio. Tudo depende da disposição ou da fé.
Segundo a tradição, após o Pentecostes, São Tiago (o apóstolo Tiago Maior, irmão de João Evangelista) teria saído para pregar na Península Ibérica sem sucesso. No retorno a Jerusalém, teria sido martirizado. A crença popular é que discípulos de Tiago teriam levado seus restos mortais até a Galícia, onde teria sido sepultado.
A peregrinação à cidade de Santiago de Compostela tem origem no século IX quando um eremita teria redescoberto a urna onde estariam depositados os restos mortais de Tiago. Sobre o local onde foi encontrada a urna, foi erguida uma catedral dedicada à memória de São Tiago. É nessa catedral que termina o Caminho de Santiago (ainda que algumas pessoas sigam até a localidade chamada Finisterra, uma rota pagã de peregrinação até o lugar conhecido como o Fim da Terra, ponto mais ocidental do Velho Mundo).
Como os caminhos podem ser muito longos, é comum que os peregrinos europeus realizem o Caminho em várias etapas, fazendo, por exemplo, uma semana de caminhada por ano. A origem pode ser na própria Galícia ou no Oriente Médio. Tudo depende da disposição ou da fé.
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