quarta-feira, 8 de abril de 2015

6° dia - Pontevedra a Caldas de Reis

Saímos do albergue de Pontevedra às 7h30, mas paramos logo para tomar café. Na cidade, pela primeira vez, encontramos lugar para tomar café bem cedo. Há dois lugares que abrem em horário de peregrino: um na estação ferroviária (abre às 5h30) e esse que paramos, na rodoviária (abre às 7h30), ambos a um minuto de caminhada do albergue. Fica um de cada lado de uma.mesma avenida. Deixamos o bar às 8h06. Dessa vez, já de café tomado. A temperatura era de 15°. O céu tinha poucas nuvens, quase não havia vento. Havia chovido à noite, as calçadas e asfalto estavam molhados.

Saída do albergue
Restaurante da estação rodoviária (foto da véspera)
Estação ferroviária. No prédio menor (mais antigo), ficam os restaurantes que abrem mais cedo (foto da véspera)
Como o albergue ficava na entrada da cidade, começamos o dia atravessando toda Pontevedra. O ponto alto desse início de dia foi a passagem sobre a Ponto do Burgo, no o rio Lérez. O sol nascente iluminava a ponte com uma luz amarelada que contrastava com o escuro das águas calmas do rio. As colunas da ponte eram decoradas com relevos de vieiras, indicando que aquela ponte era rota de peregrinos. Seguimos por zona urbana, ora nas calçadas, ora dividindo espaço com carros por aproximadamente 4,5 km.

Travessia de Pontevedra

Ponto do Burgo, sobre o rio Lérez
Depois, começamos a andar por uma estrada de terra paralela à linha férrea, por menos de um quilômetro. Após cruzar a linha por baixo, voltamos a caminhar por asfalto. Primeiro, numa subida e descida pouco acentuadas. Depois, por um trecho incômodo de mais de 500m de rodovia sem acostamento nem calçadas. Saindo da rodovia, continuamos por asfalto, mas sem movimento de carros.

Começamos a subir novamente, por volta do quilômetro oito, mas essa subida em nada se comparava com as anteriores. Primeiro por asfalto, depois numas das trilhas mais bonitas dos primeiros 130km. A altura do km 10, cruzamos uma linha férrea e continuamos a subir por menos de 1km. Paramos no bar Mesón Don Pulpo, lanchamos e pegamos nosso carimbo na credencial. O atendimento no local vale a parada. A atendente Noelia é muito simpática e nos presenteou com a concha de uma vieira com a inscrição "Una tortuga conoce mejor el camino que una liebre" (Uma tartaruga conhece melhor o caminho que uma lebre).

Uma das pequenas quedas d'água na trilha

Próximo ao fim da subida, a trilha cruza a linha férrea.

Meson Don Pulpo: parada para o lanche.

A simpaticíssima Noélia nos atendeu como se fôssemos velhos frequentadores da casa. 

Um lanchinho "saudável". A consciência pesava menos ao lembrar que já tínhamos andado mais de 10 km naquele dia.

"Uma tartaruga conhece melhor o caminho que uma lebre". Obrigado pela lembrança, Noélia!

A partir daí começamos a descer de forma muito suave, praticamente sem forçar os joelhos. Deixamos a mata, e começaram a surgir propriedades rurais. No km 17, praticamente já não havia espaços desabitados e voltamos a caminhar pela rodovia. Uma placa indicava que estávamos a 40 km de Santiago de Compostela. Isso para os carros, porque o marco de pedra que encontramos 500 m depois indicava que, para os peregrinos a pé, ainda faltavam mais de 47 km.


40 km para os carros, 47 km para os pés.
Um novo trecho pelo acostamento da rodovia tinha menos de 200 m. Logo tomamos uma pequena trilha que volta a nós colocar em um vilarejo rural. Passamos mais uns poucos metros pelo acostamento e encontramos uma placa indicando albergue a 1 km. Era para o albergue de Briallos. Mais trilha, mais asfalto, mais trilhas... se alternam brevemente até entrarmos definitivamente em uma longa trilha que nos leva a um lugarejo chamado Tivo, a pouco mais de 3 km de Caldas de Reis. Mais uma parada para tomar suco, água e carimbar as credenciais, no albergue Cuatro Canos.






Dali seguimos por ruas locais paralelas à rodovia. Os edifícios e casarões de Caldas de Reis vão surgindo a frente. Entramos tangenciando a rodovia.

Entrada de Caldas de Reis



Porta do albergue de Caldas de Reis.

O sexto trecho do percurso foi o menos desgastante. Subidas muito suaves e decidas que praticamente não forçam os joelhos, combinados com uma distância razoável (24,16 km) nos deixaram inteiros ao fim das 6 horas e 8 minutos de caminhada. Paramos às 14h15. O albergue de  Caldas de Reis, que leva o nome de La Posada de Doña Urraca, é muito simples, mas não nos deixa na mão. A estrutura é de alvenaria, mas suas divisões são de compensado (que às vezes dá um aspecto precário) e pré-moldado.

Almoço




Uma das fontes públicas da cidade

Uma das fontes é usada apenas para lavar roupas



Já a cidade é maior do que imaginávamos. Tem todos os serviços necessários para um viajante. A cidade é famosa por suas águas termais. Só que não é uma "Caldas Novas". Tem uma única fonte termal. Essa fonte abastece uns três hotéis (com banhos relativamente caros) e duas fontes públicas. O lugar é muito simpático  e certamente conta com menos fama do merece, dada a quantidade de leitos e o tipo de comércio.Como chegamos até cedo (por volta das 14h), fizemos um excelente almoço, conseguimos caminhar bem para conhecer a cidade e ainda sobrou um bom tempo para descansar.

Roteiro do dia no Sports Tracker
Arquivos para GPS utilizados na caminhada nos formatos GPX e KML (fonte: Camino Torres).

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