quarta-feira, 8 de abril de 2015

7° dia - Caldas de Reis a Teo

Saída do albergue em Caldas de Reis: preparados para a chuva que não aconteceu.

Deixamos o albergue de Caldas de Reis às 6h57, 10°C, céu nublado, ainda escuro e com um vento fraco e gelado. Choveu à noite e havia previsão de chuva para a manhã, por volta das 9h. Por isso, optamos por tomar café no meio do caminho fazer alguns quilômetros sem chuva. Deu certo.
A saída de Caldas de Reis é fácil. Saindo do albergue, há uma ponte à direita. Basta seguir a rua como se tivesse acabado de cruzar a ponte. Passamos rapidamente pela rodovia que atravessa a cidade e tomamos uma trilha lateral à estrada, margeando um rio. Pelo som que seguia ao nosso lado, o rio devia ter um volume razoável e algumas corredeiras. Seguimos assim por cinco quilômetros, com piso molhado, algumas poças, numa subida leve e contínua. No km 5 atravessamos uma rodovia e paramos para fazer nosso café da manhã (e já levar um bocadillo para o almoço).
Após cruzar a rodovia uma placa indica um lugar para um bom café.

A seta amarela e o azulejo da vieira indicam o caminho. Já o café, fica 15 metros à esquerda, após atravessar a rodovia.
Após um bom café, num lugar quente, seguimos subindo e descendo entre casas até que começamos a descer em definitivo, na maior parte do tempo de forma suave. Seguimos numa trilha ao lado da estrada. Ao fim da descida atravessamos uma ponte e entramos numa nova vila. As ruas sobem e descem.



Escola rural com saudações aos peregrinos nas janelas.
As manchas amarelas no contorno das poças é polem de pinheiro.




Próximo aos 10km, alguém nos chama. Num carro da Xunta da Galiza, aparentemente da defesa civil ou bombeiros, um rapaz nos avisa que podemos carimbar nossas credenciais ali. Assim o fizemos. Em seguida, um marco oficial nos indica para entrar em uma trilha à direita. Começa uma longa decida em meio a uma mata de pinheiros. Além de muitas aves diferentes, ouve-se à direita o som de carros e caminhões na rodovia que devia estar a uns 500 m. Começam a se alternar decidas e subidas, ora íngremes, ora suaves, contornando uma serra pela metade da sua altura, por aproximadamente 1,5 km, num trecho muito agradável.







Ao fim desse trecho, voltamos a tomar o asfalto. Um marco oficial indica que faltam pouco mais de de 30km.


Estávamos nos aproximando de uma cidadezinha chamada San Miguel, onde encontramos, além da igreja, um pequeno mercado na beira do caminho.



Cemitério vertical de San Miguel


Mercadinho de San Miguel (casa branca)



Segue uma decida leve, em calçamento muito bem feito entre pinheiros jovens, até que tomamos o asfalto novamente, pouco depois dos 14 km. Nesse ponto já estávamos percorrendo ruas urbanizadas de cidades próximas a Padrón e víamos a fumaça do que parecia ser uma fábrica de alumínio.
Entramos na região de Padrón por vielas estreitas, com subidas e descidas íngremes.



Ao sair da região de mata e entrar em zona urbana, era visível uma fábrica (possivelmente de alumínio), à beira de um rio, já na cidade de Padrón


Seguimos descendo as ruelas das cidades vizinhas a Padrón até cruzar a via férrea, sempre acompanhados por outros peregrinos alemães, ingleses e espanhóis.
Cruzamos uma via férrea e, em seguida, a rodoviária por uma passagem sob a pista na entrada de Pontecesures. Após a ponte sobre o rio Ulla, caminhamos por ruas planas até as margens do rio Sar, por onde seguimos até o albergue de Padrón. Passamos pelo albergue às 11h35, no km 18, e paramos para nos reabastecer de água. Logo em seguida, nova parada em frente à igreja de Santiago Apóstolo.

Enquanto registrávamos algumas fotos, observávamos que pela porta da igreja entravam e saíam muitos peregrinos. Decidimos entrar para rezar e conhecer. Logo na porta, um jovem português, também peregrino, nos informou que ali poderíamos carimbar nossas credenciais. Ele saiu e nós entramos. Mas tarde, aquele jovem chamado Nuno passaria a ser nosso companheiro de caminhada e, no dia seguinte, praticamente um guia na cidade de Santiago de Compostela. Após a visita, continuamos rumo a Teo (detalhe que acabamos não carimbando a credencial ali).

Passagem sob a via férrea em Pontecesures

Ponte sobre o rio Ulla, entrada de Padron


Padrón

Igreja de Santiago Apóstolo. Na entrada, encontramos pela primeira vez o jovem Nuno, que minutos depois passaria a ser um companheiro de caminhada até a chegada em Santiago de Compostela.



Interior da Igreja de Santiago Apóstolo


Sinalização de um desvio no caminho tradicional na saída de Padrón.

O roteiro mais comum prevê a parada em Padrón. Mas, tendo andado apenas 18 km até aquele momento do dia, deixaríamos 24 km, quase todo em subida, para o fim. E, como o tempo estava mudando desde a véspera, nós, assim como a maioria dos peregrinos que conversamos, seguimos em frente.

A saída de Padrón é plana, quase retilínea,  exceto por um pequeno ziguezague próximo à igreja de Santiago Apóstolo. Após cruzar a rodovia, havia sinalização de um desvio temporário. Seguimos as setas feitas em cartazes. A vantagem foi sair das margens da rodovia, apesar de aumentar o percurso. Foi nessa região que voltamos a encontrar o Nuno, que perguntou se poderia nos acompanhar, já que caminhava sozinho. Juntos, cruzamos a rodovia começamos um ziguezague entre ruelas de uma meia dúzia de vilas em sequência até o km 25, onde paramos em um banco para fazer um lanche que substituiu o almoço.

Hora de recuperar as energias com o bocadillo comprado pela manhã

Nuno deixando os pés respirarem





Percorremos mais uns 500 m ao lado de um trilho e entramos à direita para pegar a margem de uma rodovia. Entramos por ela em A Escravitude. Depois entramos na zona rural e, no km 26, começamos a subir. Alternamos trilhas entre sítios e ruelas de vilas até atingir a rodovia novamente em A Picaraña.

Trecho do caminho a beira de uma estrada de ferro




Caminhamos uns 500m nas calçadas ao longo da autoestrada e no acostamento, antes de tomarmos a pista que vai para O Faramello. Pouco mais de cem metros depois encontramos o albergue de Teo.


Ao fundo (placa vermelha) um dos dois restaurantes que encontramos próximos ao Albergue de Téo. Esse fica uns 500 m antes de chegar ao albergue. Ou outro fica subindo a mesma rodovia, a uns 600 m do albergue no sentido oposto.

Albergue de Teo
Teo não é exatamente uma cidade. O albergue fica meio isolado, há uns quinhentos metros de uma simpática vila com poucas casas. É pequeno e deve lotar rápido na alta temporada. Na chagada não há ninguém para receber o peregrino. A porta fica aberta e há orientações por escrito. Chegamos por volta das 14h40, depois de 30,39 km percorridos em 7 horas e 47 minutos. Deixamos os calçados no pé da escada (os dormitórios ficam no piso superior) e escolhemos nosso beliche. Só por volta das 17h é que chegou um responsável para verificar nossos passaportes, carimbar nossa credencial e cobrar a taxa.

O pequeno albergue tem o mínimo necessário: banho quente, uma pequena cozinha, varal para secar roupa (não lembro ter visto máquina de lavar). No grupo que estava naquele dia, havia um padre que nos convidou para uma missa que ele celebraria. Além da oportunidade de agradecer pela ótima jornada que tivéramos até ali, também era uma oportunidade de conhecer um pedacinho da região, já que a celebração foi em uma pela igrejinha de pedra, afastada do albergue, no meio da vila.





Roteiro do dia no Sports Tracker
Arquivos para GPS utilizados na caminhada nos formatos GPX [Caldas de Reis a Padrón, utilizado nos primeiros 19 km, e Padrón a Santiago, utilizado nos últimos 11 km, até Teo] e KML [Caldas de Reis a Padrón, utilizado nos primeiros 19 km, e Padrón a Santiago, utilizado nos últimos 11 km, até Teo] (fonte: Camino Torres).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário, colaboração ou pergunta.