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Partida do albergue de Teo para a última (e mais curta) etapa do Caminho |
Começamos o dia da mesma forma que terminamos a véspera: subindo. Saímos do albergue às 7h18, retornando à rodovia pela qual havíamos chegado, começando no sentido contrário ao da chegada por 100 m e entrando à direita conforme a marcação no asfalto e no marco de pedra. Durante todo o último dia estivemos acompanhados do Nuno e de uma curitibana que viva na Suíça.
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Marca indicando faltarem apenas dez quilômetros para nosso destino. |
Entramos pela vila próxima ao albergue, contornamos a igreja onde na véspera participamos de uma missa celebrada por um padre porto-riquenho, também peregrino. Seguimos por uma trilha que se alterna com ruas de outras vilas.
Aos 2,5 km, pela primeira vez em oito dias de caminhada, chuviscou. Paramos para colocar nossas capas. Não era forte a ponto de nos molhar, mas se persistisse, com o passar do tempo, deixaria as roupas e mochilas molhadas.
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Apensar das previsões diárias de chuva no dia seguinte, até aquela altura não havíamos visto mais do que o chão molhado. Chagamos a acreditar que as capas não sairiam da mochila. |
Seguimos alternando trilhas e ruas de vilas. Com o tempo, diminuem as trilhas e começamos a andar sobre asfalto, até chegar a uma rodovia. Aos 6,5 km, após andarmos aproximadamente 700 m no acostamento, encontramos uma cidade no meio do nada, com todo tipo de serviço que se possa imaginar. É a cidade de Milladoiro. Ao lado da rodovia surgem prédios de três a cinco andares, muito parecidos uns com os outros, com comércio no térreo. Resolvemos tomar café alí. Saímos da rota num terreno baldio até a rua do Xeixo, contornamos o quarteirão e paramos num bar irlandês, o Galway Irish Tavern.
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Milladoiro |
Após um bom café, retornamos à rodovia. Passando de Milladoiro, começamos a descer. No começo, por asfalto, depois por trilha em meio a um bosque. Em função da chuva havia poças d'água e lama. Atravessamos uma rodovia por um viaduto e, mais abaixo, os trilhos de uma ferrovia.
Ao chegar no ponto mais baixo desde que saímos de Milladoiro, o Caminho Português divide-se em dois (ainda não me pergunte porquê, um dia descubro). Tomamos a rota da direita, a que nos parecia ser a mais desabitada, e começamos a subir. Passamos pela periferia da cidade e chegamos à região central.
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Rua de pedestres nas proximidades da Catedral. Nosso objetivo já aparece ao fundo. |
As travessias das avenidas começaram a nos tomar tempo. Ao atingir a região central, só há ruas para pedestres. Em menos de dez minutos chegamos ao nosso objetivo: a Catedral de Santiago de Compostela. Chegamos por volta das 11h45, depois de 15,28 km percorridos em 4 horas e 28 minutos.
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Objetivo conquistado |
O templo dedicado à memória do apóstolo Tiago é enorme. Na data em que chegamos, as torres da fachada principal estavam em reforma. A porta da frente não estavam dando acesso. A porta que fica na lateral direita do templo, chamada Porta Portuguesa, foi nossa porta de entrada. Ou nossa tentativa. Não é permitido entrar no santuário de mochilas (questão de segurança) e tivemos que passar antes no centro de apoio ao peregrino. Fica na rua que sai de frente à porta portuguesa. Deixamos nossas mochilas e aproveitamos para pegar nossa Compostela (uma espécie de certificado de conclusão do Caminho de Santiago).
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Cajados deixados pelos peregrinos na porta do Centro de Apoio ao Peregrino |
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Compostela atestando nossa caminhada: oficialmente, 195 km de Braga (Por) a Santiago (Esp) |
Aí sim, retornamos ao santuário e conseguimos entrar. Participamos da missa que coroou nossa aventura e agradecemos termos percorrido (na prática) mais de duzentos quilômetros sem maiores dificuldades. Agora era descansar e aproveitar nosso pouco tempo em Santiago.
Roteiro do dia no Sports Tracker
Arquivos para GPS utilizados na caminhada nos formatos GPX [Padrón a Santiago] e KML [Padrón a Santiago] (fonte: Camino Torres).
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